Filipenses 4.6-9
6 Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio de oração e súplica com ações de graças;
7 e a paz de Deus, que ultrapassa todo entendimento, guardará o vosso coração e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
8 Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9 O que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim, tudo isso praticai; e o Deus de paz estará convosco.
Grande Ideia: A solução de Deus para ansiedade exige correções na oração, no pensamento e nas ações.
INTRODUÇÃO:
Nas duas primeiras mensagens expositivas neste texto, mostramos que a ansiedade pode ser considerada um dos grandes males do nosso tempo. Falamos que a ansiedade traz uma sensação de tristeza, de aperto, e que esta sensação que nos acomete pode fazer com que sintomas físicos apareçam: dores de cabeça, no pescoço e nas costas e úlceras, além de afetar o raciocínio, a digestão e até mesmo a coordenação motora.
Assim, temos concluído que a ansiedade é uma falta de confiança na proteção e no cuidado de Deus. Este é o princípio fundamental por trás de toda ansiedade. E para toda falta de segurança, voltamos a afirmar, Jesus Cristo é a solução.
Nesta passagem, Paulo expõe de forma bem simples as 3 áreas que precisam ser mudadas com a finalidade de vencermos a ansiedade: MUDAR A ORAÇÃO, MUDAR O PENSAMENTO E MUDAR AS ATITUDES.
Hoje, vamos terminar esse assunto refletindo sobre a mudança nas ações ou atitudes.
PARA VENCER A ANSIEDADE MUDE SUAS ATITUDES
Filipenses 4.9 “Tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim, ponham-no em prática. E o Deus da paz estará com vocês”.
Estamos terminando nossas reflexões sobre Filipenses 4.6-9, observando a solução de Deus para a ansiedade. Falamos que precisamos mudar nosso jeito de orar e o conteúdo dos nossos pensamentos. Agora Paulo nos alerta no verso 9 para por em prática tudo que foi dito.
Parece repetitivo e desnecessário dizer para praticar o que já ouvimos até agora, mas posso garantir que temos a tendência de sair dos cultos, felizes com o que ouvimos e vimos, mas muito pouco dispostos a colocar em prática. Ouvimos as mensagens, nos alegramos com ela, mas não queremos viver o que elas ensinam.
Nossa vida espiritual é como uma casa que está sendo construída. Jesus afirmou que, se não queremos que esta casa venha a ruir-se, precisamos por em prática sua palavra. Pois caso contrário, as tempestades virão, e se não estivermos firmados na rocha da Palavra, da fé na pessoa e poder de Jesus, demostrado pela atitudes, esta tempestade derrubará tudo que já fizemos.
No verso 9 há quatro palavras utilizadas por Paulo sobre o que devemos praticar. Ele fala sobre por em prática tudo aquilo que você aprender, receber, ouvir e ver.
Nossas ações dependem das nossas decisões. O que sabemos e cremos é o que faremos. Não há como separar estas coisas. Por isso Jesus afirmou que podemos conhecer as árvores pelos frutos. Vamos ver as 4 áreas que precisamos colocar em prática. Como vou mudar minhas ações/atitudes?
- 1.Pondo em prática o que aprendi.
Você já viu nesta passagem que nossa ansiedade deve ser trocada por nossa segurança em Cristo. E que fazemos isso quando oramos de modo correto, adorando a Deus, pedindo e agradecendo. Também aprendeu que é preciso mudar seus pensamentos. Ocupar sua mente com as coisas que são biblicamente corretas e agradáveis a Deus, trazendo assim, sabedoria e paz aos nossos corações.
Acontece que estamos sendo convocados por Paulo a não apenas conhecer estas coisas, mas a praticá-las. Não adianta muito falar que ansiedade é pecado e que mudando a oração e os pensamentos Deus nos livrará dela, se não estivermos dispostos a agir.
O aprendizado é importante, mas é inútil se não se tornar ações efetivas.
O simples fato de saber algo não me garante os resultados de vitória sobre a ansiedade. Os fatos precisam estar na sua cabeça, mas eles precisam caminhar e se tornar ações práticas.
Por exemplo, o dinheiro acabou. Eu posso ficar sentado em casa lamentando e me preocupando, ou posso procurar soluções. Tá devendo ao banco? Vá até ao gerente de sua conta e tente renegociar a dívida. Tá devendo ao mercado. Converse sobre sua situação. Mostre interesse em solucionar. O problema é conjugal? Você pode lamentar e se preocupar, ou pode orar, procurar ajuda em irmãos que tenham condições ajudar, que creem que numa casamento indissolúvel como ensina as Escrituras, também pode procurar o pastor para receber orientação bíblica. Mas adianta aprender versículos e não vive-los? Claro que não. A solução virá na medida em que praticarmos a Palavra aprendida.
- 2.Pondo em pratica o que recebi.
A palavra que Paulo usou aqui tem a ideia de levar algo com você como se fosse seu amigo. Queridos precisamos ser amigos da Palavra de Deus. Não apenas devemos aprender alguma coisa dela, mas andar com ela como um amigo anda com outro. Precisamos nos lembrar que Deus está conosco por meio de seu Espírito Santo que habita em nós. Cristo está ao nosso lado todos os momentos, e pela sua Palavra, a Bíblia, temos sua amizade sempre presente.
João escreveu uma excelente frase de Jesus em João 15.14: “vós sereis meus amigos e fizerdes o que eu vos mando”.
O que Jesus nos ensina na Palavra precisa andar conosco. Nossa obediência à sua vontade será a prova da nossa amizade com Jesus. Estamos falando em escolhas, em escolher confiar na Palavra de Deus e confiar na segurança de que Cristo está no controle de todas as coisas. Estamos falando de acreditar, quando a preocupação chegar, de que não estamos sozinhos, de que Deus está conosco, como ele prometeu. O desafio é, diante do medo, das preocupações que surgem e se tornam em ansiedade, confiar na presença, na Palavra, e agir de acordo com ela.
Sobre este receber a Palavra, ainda posso me lembrar do Salmista quando afirmou que “escondeu a Palavra do Senhor no seu coração, para não pecar contra o Senhor”.
Não fiquem ansiosos por coisa alguma, disse Paulo, no verso 6. Mas coloquem em prática aquilo que você aprendeu e recebeu, guardou em seu coração. É preciso ter conhecimento no cérebro e no coração. É preciso receber a Palavra como sua amiga e não abandoná-la jamais.
- 3.Pondo em prática o que ouvi.
Outra palavra interessante de Paulo é ouviram. Esta palavra no original traz a ideia de prestar atenção, considerando o que está sendo dito. É mais do que escutar. Tem a ver com mudanças no entendimento à partir da boa vontade de ouvir a mensagem bíblica.
Queridos, todos os domingos vocês veem aos cultos. Todos os domingos ouvem uma mensagem ou um estudo da bíblia. Mas a pergunta é: você ouve de fato o que está sendo pregado? A palavra de Deus pregada está sendo considerada por você? Você está dando à Palavra a devida atenção?
Creio que Paulo quisessse que os irmãos filipenses e a todos nós, não apenas aprendêssemos doutrinas bíblicas, não somente receber esta Palavra com alegria no coração e guarda-la, mas estivesse atento para os alertas que a Palavra traz a cada dia para sua vida.
Jesus ensinou em Mateus 6.34 que cada dia tem o seu próprio mal. Paulo afirmou em Efésios 6.10 e seguintes, que precisamos estar revestidos da armadura de Deus para resistir no dia mau.
Entendo que todos os dias terão sua parcela de situações difíceis, e alguns deles nós chamaremos de “o pior dia de nossas vidas”. A morte de alguém, uma endividamento inesperado, um acidente grave, uma enfermidade que assuste, problemas na família, notícias ruins que tendem a roubar nossa paz e nos deixar preocupados. Esta passagem bíblica é para estas horas. Ela está nos afirmando que haverão momentos em que você não vai querer receber ou crer na Palavra, mas fica o alerta.
É tempo de ouvir o que Deus tem a dizer, para que neste momentos difíceis que nos deixam preocupados, sejam substituídos por momentos dificieis em que confiamos no Senhor e na sua palavra, fizemos o que era correto e bíblico fazer e saímos vitoriosos, pelo poder de Jesus.
Observe que os momentos continuam difíceis, mas a diferença é que confiamos no Senhor e seguimos sua direção segura. Deus no controle.
4. Pondo em prática o que vi.
Há uma expressão no verso 9 que une todas as outras é a expressão “em mim”. Aprender, receber, ouvir e ver está relacionado com Paulo. Ele é o exemplo para a igreja. Paulo, mostra que devemos ser criteriosos acerca dos nossos modelos. Não devemos seguir as pegadas dos que vivem desregradamente nem seguir o exemplo dos que vivem buscando os seus próprios interesses. Ao contrário, Paulo se apresenta como exemplo para os crentes de Filipos (3.17; 4.9). Paulo entende que o exemplo pessoal é parte essencial do ensino. O mestre deve praticar a doutrina que professa e demonstrar em ação a verdade que expressa em palavras.
Ver aqui indica ter percepção, notar o que acontece, saber discernir. Queridos a vida cristão não é para ser vivida sozinha. Temos uma família aqui chamada igreja. Todos os salvos por Cristo são nossos irmãos. Precisamos nos lembrar disso na hora das preocupações, no momento em que a ansiedade chegar.
Porque ficar ansioso, preocupado com algo, se podemos ver, além do exemplo bíblico de alguém que tinha razões de sobra para se preocupar como Paulo, mas que escolheu confiar e descansar no fato de que Deus está no controle. Por que se preocupar se podemos ver na igreja, bem perto da gente, irmãos que também aprenderam, receberam e ouviram a Palavra como nós, que podemos agora ver que são exemplos vivos a serem seguidos. Mas precisamos ser criteriosos. Vamos seguir a qualquer irmão?
Estou com problema no casamento, pedirei ajuda em quem o casamento está falido? Claro que não. Estou com problema financeiro, pedirei ajuda em quem perdeu o controle das finanças e não se recuperou? Claro que não.
Vamos ver quem está vivendo a Palavra e com estes irmãos termos boas orientações que nos ajudarão a vencer nossas preocupações. Um ajudando e orando pelo outro. Assim, como disse Paulo em Galatas 6.2, “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo”.
CONCLUSÃO:
Mas qual o resultado de praticar o que aprendemos, recebemos, ouvimos e vimos?
Paulo conclui de modo magnifico. Para Paulo o resultado será paz. Paz maravilhosa que só Deus pode nos dá e que alcançamos quando estamos em Cristo, o seu filho amado. A paz é o fiel da balança. É ela que vai nos ajudar a saber se estamos dentro da vontade de Deus. Se não estamos em paz diante dos problemas, há algo errado em nós. Paulo a chamou de árbitro em Colossenses 3.25 dizendo: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração”.
Nesta passagem Paulo disse algo maravilhoso e especial. Se no verso 7, a paz de Cristo, que ultrapassa todo entendimento guardará nosso coração, agora, no verso 9, Paulo afirma que se estivermos andando no Senhor, teremos não somente a paz de Deus, mas também o Deus da paz exercerá sua influência sobre nosso coração.
Além de termos a paz de Deus para nos guardar, agora temos o Deus da paz para nos guiar. Irmãos, a beleza destas palavras está no fato de que não apenas temos paz em lugar da ansiedade, mas que temos também a companhia do próprio Deus em nossa caminhada.
Queridos, toda esta paz está disponível em Cristo. Para isso, precisamos apenas conhece-lo, crendo nele como salvador e senhor de nossas vidas. Não há como ter a paz de Deus sem um relacionamento pessoal e profundo com o Deus da paz. Se você tem Jesus em seu coração, isto já está disponível a você.
Se você ainda não tem, apenas arrependa-se dos seus pecados e creia em Cristo. Entregue-se a Ele e esta paz que ultrapassa o entendimento fará parte de sua vida, bastando que você pratique o que aprendeu, recebeu, ouviu e viu na Palavra de Deus.
A “paz de Deus” é um parâmetro que nos ajuda a determinar se estamos dentro da vontade de Deus. “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração” (Cl 3:15). Se estivermos andando no Senhor, a paz de Deus e o Deus da paz exercerão sua influência sobre nosso coração. Sempre que desobedecemos, perdemos a paz e sabemos que fizemos algo de errado. A paz de Deus é o “árbitro” que “nos dá um cartão amarelo”!
CONCLUSÃO:
Orar corretamente mudando sua oração, pensar corretamente mudando seus pensamentos e viver corretamente praticando o que ensina a Palavra de Deus: essas são as condições para ter segurança e vitória sobre a ansiedade.
Ou nos entregamos inteiramente ao Espírito de Deus e oramos, pensamos e vivemos corretamente, ou nos entregamos à carne e ficamos divididos e ansiosos. Não há com que se preocupar! E a preocupação é pecado! (ver Mt 6:24-34). Com a paz de Deus para nos guardar e o Deus da paz para nos guiar, que motivos temos para nos preocupar?
Publicado por:
Pastor Joaquim Dias